Qual rumo?

A chuva estava forte, olhei através da vidraça embaçada por inúmeras gotículas,  senti algo no peito, aproximei-me daquele portal e abri.

Fiquei ali, parada, olhando tudo! Emudeci em meus pensamentos quando visualizei uma borboleta voando leve, vencendo os pingos fortes. Quanta beleza guardou aquele momento em que permaneci envolta numa viagem interna inexplicável.

Quantas vezes nos encontramos dentro de uma tempestade interna, clamando por novos tempos, achando-nos fracos perante a vida. Fiquei pensando naquela borboleta, com seu corpinho delicado, guiando-se através da irmã tempestade.

Qual rumo queremos tomar? Que caminhos, de fato, desejamos percorrer?

A borboleta, outrora larva, venceu o casulo, rastejou, foi paciente, até que ganhou coloridas asas e alçou o vôo de novas experiências. Após isso, ainda segue vencendo as chuvas-dificuldades do caminho, com leveza e sabedoria.

Assim somos nós, numa trajetória em que tudo depende das nossas escolhas.

Na dificuldade, podemos chorar entregues ao desânimo, ou sorrir, agradecendo a benção da oportunidade de crescimento.

Diante dos percalços, podemos nos desesperar e esmorecer, ou lutar, vencendo os véus das mais severas lutas.

Frente a escuridão das mazelas, podemos gritar em um ato de descontrole, ou em uma atitude de fé, acender a luz da confiança, ascendendo novos degraus em direção a renovação sublime de nossos corações.

Enfim, quando tudo parecer perdido, podemos desistir, ou persistir, encontrando no "fim-começo" da jornada a certeza de que tudo foi vivência plena dentro do mar-vida, onde apenas passamos rumo a verdadeira casa, que é onde somos quem somos, sem máscaras e sem amarras.

Novos rumos em direção a nós mesmos!

beijos de luz n'alma do cêis tudo

O mundo será melhor...

O mundo será melhor quando enxergarmos mais coisas, quando tudo for sentido pelo radar do coração,  visto pelas lentes da sensibilidade e analisado sob o prisma de uma consciência mais clara.

O mundo será melhor...

Quando sorrirmos com uma criança em suas descobertas mais inocentes.

Quando fecharmos os olhos para sentir o vento leve balançando as árvores.

Quando percebermos o valor de se brincar com um cãozinho.

Quando todos nós entendermos que não precisamos nos alimentar de outros seres.

Quando o toque fraterno não causar rubor na face.

Quando o abraço for forte, sentindo coração no coração.

Quando os pais entenderem que o que faz diferença é o exemplo, é a atitude.

Quando os filhos escutarem seus pais, enxergando a experiência, mesmo nas dificuldades.

Quando a paciência for o leme durante as tempestades das diferenças.

Quando a alegria enriquecer nossos dias e soubermos dividi-la com os demais.

Quando a natureza for respeitada como nosso bondoso lar.

Quando nosso coração pulsar bondade e o pensamento não for mais covarde.

Pois é covardia deixar o tempo passar sem realizar nada realmente significativo na vida!

Que nossos dias sejam mais ricos em atitudes humanas!

beijinhos n'alma

Recados de um novo tempo

Em todos os recantos do universo paira uma luz sublime, basta ter sentidos para alcançar tal vertente de amor.

Em cada gesto amigo, em cada palavra expressiva de ternura, em cada abraço carinhoso, traços de luminosidade vão delineando-se, fazendo com que uma nova visão de mundo seja colocada em prática.

Não é caretice fazer a linha do bom moço ou caminhar sob a nuances de boa moça.

Cada vez que deixarmos a essência do que é mais leve tomar conta de nós, consequentemente sentiremos em nossos espíritos essa mesma leveza.

Alegrar-se por ver um momento de felicidade explicito no olhar de um transeunte.

Distribuir sorrisos a quem passar ao nosso lado.

Abraçar os que convivem conosco.

Atitudes simples, mas que fazem diferença na somatória indicativa de felicidade a ser usufruida.

O que é pleno é repleto em si mesmo e não necessita de indagações. Ser feliz é bem assim, um processo que se desencadeia naturalmente à medida em que nos doamos ao que é belo, ou melhor, ao que, de fato, acrescenta algo de bom em nossa escala evolutiva.

Vemos embates aconchegarem-se das mais diversas culturas ao redor do mundo, desastres ecológicos, tecnológicos, e o que podemos tirar disso tudo?

O mundo está acabando?

Será?

Se pensarmos direitinho, veremos que o recado é justamente o contrário.

O que deve ter fim é o mundo ilusório que a humanidade criou ao longo dos anos.

O orgulho e o egoísmo como molas propulsoras de um progresso ilusório seguiu banhando as mentalidades, mas o que realmente fica?

Vemos pessoas vistas como lindas (segundo os padrões estéticos da atualidade), famosas e ricas cometendo suicídio!

Vemos pessoas intelectualmente superiores, mas com o coração pesado pela solidão e a tristeza.

Pensemos!

O que é essa falta?

Busquemos parar mais diante das elucidações que a própria estrada nos revela.

Procuremos em nós o que ainda está precário, absorvendo a paz do universo como antídoto de coragem para persistir e prosseguir buscando novos caminhos de elevação.

Novos rumos pedem novas posturas!

Novos conceitos

O que devemos fazer com os fatos que a vida "parece" jogar em nosso colo? Digo parece porque nada é por acaso!

Como lidar com situações inusitadas, onde nos deparamos com seres amados em sofrimento?

Para onde encaminhar o pensamento, quando o chão some e os pés flutuam numa áspera atmosfera de sofrimento?

São questionamentos que acabam, hora ou outra, chegando em nossa caminhada.

Morte física, morte dos sonhos, morte...

Momentos da vida em que o luto toma conta e nem sempre sabemos como agir.

O certo é que temos que prosseguir passo a passo, dia a dia. Cada experiência esculpe em nós, se soubermos aproveitar a oportunidade valiosa, fonte de luz que dita novos contornos para os nossos espíritos.

Seja qual for a religião ou crença, cada um de nós deixa sua marca diaramente no universo.

Qual a marca que, de fato, desejamos deixar?

Em nosso trabalho, em nossa família, com os nossos amigos, qual tem sido nossa atitude?

Olhemos à frente, vejamos o quão linda torna-se a vida quando nos dedicamos verdadeiramente a prática do bem!

Lutemos por um mundo melhor à partir dos mais singelos gestos!

Acordemos para a realidade, percebendo qual a nossa real função no cotidiano.

Que possamos sentir saudades dos momentos mais simples, buscando incessamente o que realmente desperta o nosso ser para o essencial.

Embelezemos não só a matéria, mas principalmente a alma, sorrindo mais, banindo a raiva e afastando o pessimismo.

Vamos nos libertar de tudo que nos emburrece, de tudo que nos entristece, pois só assim teremos força para ultrapassar todas as barreiras, encarando de frente o que, na verdade, não existe, pois morte sempre é vida, de um jeito ou de outro.

Morre o corpo, liberta-se o espírito.

A morte de um sonho pode ser, na realidade, a libertação da mente em relação a uma fase ilusória.

Do atropelo façamos um novo momento, buscando libertação e crescimento.

beijinhos n'alma

Palavras de ordem

Um cadinho de humor aqui e ali faz da  vida mais leve e menos indigesta.

Trazer para dentro do peito um mundo mais colorido, eu diria que é fundamental, justamente para que nossos dias não sejam tão rotineiros.

Tantos atropelos vivenciamos, que às vezes tornamo-nos prisioneiros da negatividade, mas isso não é recurso inteligente, principalmente para quem deseja fazer da vida atual, um doce instrumento de evolução.

Quem mora em cidade maior, onde a natureza foi substituida pelas obras do homem, acaba esquecendo-se do cheiro do mato, da sensação gostosa dos pés descalços tocando a grama.

Mesmo quem tem o prazer de morar em cidades acariciadas pela natureza ao redor, acaba esquecendo-se de contemplar essa terapia natural que se apresenta generosamente ao toque do simples olhar.

O pássaro, em seu bailado ao vento, vem nos lembrar que a liberdade consiste na suavidade de conseguirmos bater as asas da sabedoria, respeitando as curvas do vento.

No transcorrer do tempo, vamos formulando novos passos, desta feita delineados à partir de um novo contexto de maturidade. Assim, é necessário que voltemos nossos pensamentos para o que realmente faz a diferença em nossas vidas.

Será que quando paramos, olhando o que falta, não estamos esquecendo de observar carinhosamente o que chega a nos blindar de experiência?

Não é certo que quando o orgulho sobra, muitas oportunidades de ter vivências simples, mas significativas, vem e passam?

Novos contornos clamam sensibilidade para que saibamos usar o lápis da perseverança, deixando que a benção da esperança seja nosso leme seguro em direção ao que mais almejamos.

Acordar para a vida não faz com que deixemos de sonhar, muito pelo contrário, nos fornece mais indicativos de que o caminho pede novas perspectivas.

Sonho, luta, suor e paciência são palavras de ordem hoje e sempre!

beijinhos n'alma do cêis

Linhas de transparência

Guardo em mim um anseio sublime, uma expressão silenciosa

Um desejo quieto, uma celebração maravilhosa

Quero ser, ou melhor, encontrar o que devo ser!

Tenho sonhos misturados a dias nublados e dias ensolarados

Busco prosa sincera, risos descompassados

Temo dias dissolvidos em solidão ineficaz

Absorvo pura sinfonia, dos pássaros, do balanço contínuo das árvores

Beleza prá mim está impressa no bailado dos rios que vencem obstáculos

No aroma singelo das flores que enchem nossos olhos, perfumando o horizonte

Beleza prá mim está no sorriso da criança, na vivacidade do jovem,

no olhar cauteloso do adulto e na flor da experiência do idoso

Não entendo orgulho barato, tampouco compreendo mesquinharia embriagada

Tento vencer as artimanhas da minha própria estupidez

rasgando imagens mentais (e reais!) esculpidas por erros bobos e palavras infelizes.

Tenho aspirações sinceras para fazer sorrir,

mas ainda desponto em meu expressar, dificuldades que fazem no outro a lágrima rolar.

Sou teimosa no trilho do bem,

mas se ver-me errando, perdoa, ainda caio e me esburracho toda.

Se acaso quiser vir comigo, vem, estendo-te os braços num abraço fraterno e amoroso!

Sou intensa em tudo e é nisso que sofro, pois que nem todo fato merece intensidade.

A luta contínua segue delineando-se num traçado mais equilibrado,

onde minh'alma chegará a um patamar mais aliviado.

Permita-me enfim, amigo ou amiga, que estejamos juntos nesta empreitada,

onde eu cuido do meu (caminho) e você cuida do seu,

num cuidar em conjunto, respeitando cada qual seu terreno,

sabendo que somos mais fortes quando olhamos o outro tendo a certeza de que tanto quanto nós, ele também se esforça e um dia vencerá!

beijinhos n'alma do cêis tudo